Uma pesquisa feita no Canadá mostra que número de árvores presente em um quarteirão reduz os efeitos do envelhecimento da população. Segundo a ONU, cada pessoa deve viver não mais do que 15 minutos de caminhada de um parque
É senso comum que uma boa arborização é fundamental para a qualidade de vida dos moradores de uma cidade grande como Rio de Janeiro e São Paulo. As razões normalmente utilizadas para explicar essa importância passam por melhorar e/ou proteger a diversidade biológica, proporcionar abrigo e alimentos aos pássaros, diminuir a poluição, aumentar as condições de permeabilidade do solo e embelezar a paisagem, entre outras. Qualquer imagem de satélite da cidade, no entanto, vai mostrar que na prática essas informações não fazem muita diferença, já que são raríssimos os bairros que apresentam uma quantidade adequada de árvores em suas ruas e propriedades. Se a razão para isso for a falta de maiores incentivos, a ciência acaba de apresentar novos indícios de como a população pode ser beneficiada por uma cidade “mais verde”.
Um estudo comparativo publicado na revista Scientific Reports, liderado pelo professor de psicologia Omid Kardan, da Universidade de Chicago, mostra que viver em uma comunidade bem arborizada pode, além de ser visualmente mais agradável, melhorar a saúde de seus habitantes. Segundo a conclusão da pesquisa, cada dez árvores adicionais em um quarteirão equivaleriam a receber um aumento de 10 mil dólares ou rejuvenescer sete anos. Para obter esses resultados, os pesquisadores analisaram as áreas verdes da cidade de Toronto, no Canadá, usando imagens de satélite de alta resolução e dados existentes sobre 530 mil árvores. Em seguida, eles puxaram informações relevantes do Ontario Health Study, banco de dados sobre a região coletado a partir de pequenos formulários online.
Ao comparar os dois conjuntos de informações que possuíam em mãos, eles descobriram que cada dez árvores a mais em um quarteirão correspondiam a um aumento de 1% em relação ao quão saudável os participantes se sentiam. Embora essa correlação não signifique que as árvores tenham impactado diretamente na saúde dos entrevistados, o levamentamento serviu para apontar o quão importante é a arborização das grandes cidades. Outros estudos sugerem ainda que mesmo períodos curtos de tempo ao ar livre ou na natureza são capazes de trazer benefícios emocionais.
Os pesquisadores alegam também que a localização das árvores é muito importante. Segundo o texto publicado com a pesquisa, os benefícios para a saúde aumentam quando as pessoas vivem perto de ruas arborizadas, mas não de parques. “Nossa hipótese é de que as árvores plantadas nas ruas estão mais acessíveis a todos os moradores de uma certa comunidade, pois eles são expostos a elas durante as atividades diárias ou através da vista das suas janelas”, alegam.
Salvem os nossos parques e florestas. Em especial a minha querida Quinta da Boa Vista.
Fontes:
Neighborhood greenspace and health in a large urban center
The restorative benefits of nature
Daniel Cunha
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