domingo, 14 de junho de 2009

Projeto viver bem

Condomínio Conchas do Mar
Rua Raul da Cunha Machado, Recreio

Cada vez mais, o trabalho do paisagista é peça fundamental na vida das grandes cidades. É nelas que nosso cotidiano sofre constantes agressões por todos os tipos de poluição e violência.
Sem alternativa, a população dos centros urbanos busca na natureza - ainda que em um pequeno jardim - a tão sonhada qualidade de vida.


Um pequeno texto do grande mestre Burle Marx, referência mundial no contexto paisagístico contemporâneo traduz a nossa inspiração e nos faz admirá-lo cada vez mais:

"Para compreender a planta ou a forma, seria necessário compreender toda uma série de perfis que definem a planta no espaço/tempo. Analisando-a, encontra-se uma sucessão de estados necessários, dependentes e complementares. A germinação, o crescimento, a floração e frutificação são fenômenos que traduzem uma posição no espaço e uma projeção no tempo.O espectador deve ser conduzido através desses elementos diversos, de forma a se sentir dentro de um todo, onde a riqueza de detalhes se apresenta como numa música, em tempo e espaço.

No campo do paisagismo, não é possível falar de estética isoladamente.O jardim está ligado a todas essas funções que existem na natureza e que formam um todo orgânico. Por outro lado, esse todo se prende igualmente à vida do atribulado ser humano em busca de equilíbrio, de felicidade e de identificação com o meio. Essa comunhão se manifesta em todas as pequenas nuances capazes de despertar emoções de ordem poética. As emoções a que me refiro, o sentir prazer, o sentir beleza, e mesmo o sentir calor e sentir frio, descem até os processos físicos e químicos, que se situam na base de todas as manifestações vitais.

Aspiro a uma criação livre, em sua formulação, porém profundamente comprometida com as raízes de minha compreensão e de minha visão global do mundo e da natureza. E essa visão é marcada por dois sentimentos, de que São Francisco de Assis foi um paradigma – o amor que nos impulsiona e a humildade que nos corrige.”




Trecho do livro Roberto Burle Marx – Arte & PaisagemJosé Tabacow – Organização e ComentáriosStudio Nobel 2004

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